Um ano no Peru

Eu com um blog? Quem diria!

Pois bem, de uma hora para outra deu um estalinho na minha cabeça e a ideia de criar um blog. Pensei que fosse mais fácil, mais já começou difícil pelo nome. E depois de muito pensar, me veio a ideia de "Escolhida para Viver". Talvez um tanto estranho, diferente, mais que tem muito a ver comigo.

Exatamente hoje, dia 24 de março de 2016, faz um ano que deixei o Brasil para viver uma experiência única, que jamais pensaria que talvez um dia viveria.

Meu humilde ex-ap

Em fevereiro de 2015 eu comecei aos poucos a bagunça na minha casa e comecei a vender quase tudo. Quase tudo mesmo! E descobri que a pior coisa que tem na vida é bagunça de mudança, porque parece que não se acaba e nem fica pouco. E desmonta armário, guarda-roupa, e aí parece que o chão se abre e brota "tralha" do chão... É tanta coisa que aparece, coisa que você nem imagina que existia. 

Única rua com saída no bairro

E um belo dia, as águas do Rio Acre começaram a subir e subir na Sobral, onde morávamos não alagava, mais as ruas das redondezas já estavam quase todas interditadas. Só tinha uma passagem para sair do bairro. Então começou o aperreio. Tivemos que fazer a mudança naquele mesmo dia, porque estava muito próximo do Natan viajar e se o rio demorasse a baixar, ele ia embora e não ia ser feita a mudança.

No aeroporto em Rio Branco

E no dia 24 de Março de 2015, deixei quase tudo para trás, trouxe comigo apenas uma mala de 40kg. Era tudo que eu tinha agora! Ah, mais quase esqueci... Além dessa mala vieram comigo: saudades, incertezas, medos, sonhos... Mais também a coragem de enfrentar um mundo novo!

E para completar, viajei sozinha. Cheguei no aeroporto em Lima, não entendia absolutamente nada do que o povo falava. Fui carimbar o passaporte e depois de muita luta entendi que o atendente queria a data da minha passagem de volta para o Brasil. Que passagem? Eu estava chegando para ficar! Mais quem disse que a criatura entendia? Eu olhava para um lado, olhava para o outro e não encontrava ninguém conhecido, ninguém que pudesse me ajudar. Depois de quase chorar no aeroporto, tentando fazer aquele homem me entender, ele me brindou com 90 dias no Peru. 

Primeiro encontro no Peru

É, a recepção não foi das melhores. Mais lá fora o Natan estava me esperando, depois de 20 dias lá estava ele à minha espera e tudo se tornou mais familiar! 

Entrei no carro, e vamos para o nosso novo lar... No caminho, tudo muito diferente, tudo novo. De repente começa a aparecer umas montanhas, outras montanhas e mais outras montanhas... Meu Deus onde estou? Foi então que eu descobri que Lima é um deserto! E algumas perguntas não saíam da minha mente. Meu Deus o que eu estou fazendo aqui? O que eu estou fazendo aqui? Estou fazendo aqui? Fazendo aqui? Aqui...? Será que aqui tem água? Será que tem terremoto? E se tiver, será que essas pedras caem? Era uma pergunta seguida de outra.

E depois de outra viajem de carro, chegamos! 

Em um lugarzinho um pouco afastado do centro de Lima... Cheguei em Ñaña! Um nome um tanto diferente, "nhanha". Mais já acostumei. Pra falar a verdade, já me acostumei com quase tudo por aqui... Aos poucos vou contando e mostrando para vocês como é a vida no Peru.

E  hoje, vejo que foi um ano de muita experiência, de muitas alegrias, de tristezas também, mas um ano de muito aprendizado! Um ano em que com certeza Deus esteve no controle!

Agora sigo ainda mais forte, Level 2!