Por dias melhores...

Boa noite meu povo!

Mais uma segunda-feira, dia de compartilhar algumas coisas com vocês.

Sempre quando fazemos nossa "viagem" de fim de semana, vejo algumas coisas que me fazem refletir bastante e que me deixam muito triste.

Aqui no Peru, assim como no Brasil, existem muitas crianças trabalhando nas ruas. Na verdade, acho que por aqui tem mais. Sempre me deparo com crianças nos semáforos, nos ônibus, nas calçadas e nas feiras trabalhando. E algumas crianças me chamam muito a atenção. Por exemplo, tem um garotinho que toda sexta-feira quando vamos para nossa igreja de prática está sentando em uma calçada super movimentada, escorado em um muro com uma balança ao lado. Nunca vi ele sorrir, e só ouço a voz dele quando pergunto o preço para se pesar.

Só mudando o foco rapidinho, aqui não é como no Brasil que você encontra balança em qualquer farmácia. Aqui você se pesa na rua e eles cobram entre 0,30 e 0,50 centavos. Agora pense em umas balanças confiáveis. SQN! Já fiz o teste, porque geralmente tem várias balanças juntas. Em uma pesa 50kg, outra 55kg, outra 60kg e por aí vai. Claro que eu fico com a que pesa menos, é lógico! Eu nem gosto muito de me pesar nelas, porque já viu né? 

Então... voltando ao assunto!

Eu olho para o garoto e aperecem 50 milhões de perguntas na minha cabeça. Minha vontade é de tirar ele daquele lugar, mais infelizmente eu não posso. Faço o que posso, sempre que eu passo por lá, faço questão de me pesar para dar uma ajudinha.

E nesse sábado, por volta das 21h da noite, lá estava eu no ônibus e me aparecem dois meninos, um adolescente e o outro uma criança. Começaram a cantar dentro do ônibus e no final estavam vendendo umas balinhas. O menor cantava com uma vontade que era até engraçado, parecia o Zezé de Camargo. Hahahaha 

Fiquei imaginando porque ele ainda estava na rua até aquela hora, entrando em vários ônibus para vender balinha. O que o esperava em casa. E minha vontade era de mais uma vez levar o menino pra casa. 

Enquanto ele estava chegando perto de mim, abri a bolsa para pegar dinheiro e pedi para tirar uma foto dele. Ele ficou sem entender, mas deixou. Logo depois, já desceu do ônibus. E como o motorista não estava muito preocupado com eles, até porque nem passagem estavam pagando, a parada foi muito rápida e seu irmão não conseguiu descer. O adolescente tentava chamar a atenção do motorista, mas o coletivo só parou alguns bons metros depois. Enquanto isso o pobre garoto ia correndo do lado de fora, tentando acompanhar o ônibus para não se perder do irmão.

É muito triste ver essas coisas... Quantos sonhos devem ter aquelas crianças. Talvez sejam sonhos simples, que não podem ser concretizados. Hoje li uma frase que cabe muito bem nesse post. A criança reflete o que vive. E infelizmente eu não vi um bom reflexo esse fim de semana.

Eu agradeço a Deus pela minha infância. Pelo cuidado dos meus pais e pelas oportunidades que tive.

Espero ansiosamente pelo dia em que tudo isso vai acabar.